Conduzindo com menos riscos pela estrada da sustentabilidade
2/05/2023

Conduzindo com menos riscos pela estrada da sustentabilidade

Confira, neste blog, conduzindo com menos riscos pela estrada da sustentabilidade!

Atendemos um cliente que atua no segmento de transporte de cargas a granel, mais especificamente na cadeia da mineração/siderurgia. A cultura da empresa (em parte herdada do perfil/histórico profissional dos sócios e em parte advinda da cultura do mercado), tem como características um ambiente mais informal (com fortes traços familiares sobre a gestão), ritmo intenso (com foco no comercial e produção), e apetite ao risco mais elevado. 

O negócio vem crescendo de forma bastante acelerada, obtendo bons resultados, tanto de abertura de mercado quanto do ponto de vista financeiro. Contudo, percebe-se que, com a ampliação do volume de contratos e com o atendimento a clientes cada vez maiores e mais exigentes, a operação da empresa como um todo tem se tornado mais complexa e os riscos potenciais cada vez maiores, o que pode ameaçar a sustentabilidade do negócio em médio e longo prazos.

Analisando as práticas de gestão atualmente adotadas pela empresa, pode-se verificar que, do ponto de vista da maturidade de gestão de riscos, dentre os 5 estágios (Inicial/ Fragmentado/ Gerenciado/ Integrado/ Estratégico) ela encontra-se no estágio Fragmentado. Há uma cobertura parcial de temas relevantes para a companhia, concentrada em setores específicos, com rotinas e monitoramentos realizados por algumas poucas pessoas. A gestão de riscos existe nos setores de operação (transporte) e manutenção, e no setor de Departamento Pessoal, todos esses com foco na temática da segurança. Para estes (muito por estímulo/exigência dos clientes), há regras, procedimentos, auditorias internas e externas constantes e indicadores que demonstram níveis de aderência/conformidade.

Contudo, analisando as demais áreas, percebe-se diversas fragilidades (exposições a riscos) nos setores de TI, Financeiro, Fiscal/Tributário, Comercial, RH, Suprimentos e Almoxarifado. As poucas ações identificadas são eventuais e, muitas vezes, reativas. É comum observar os próprios sócios descontinuando (ou não priorizando) ações que poderiam contribuir para a gestão de riscos dessas áreas.

Dentre os riscos não geridos (ou geridos de forma muito elementar) atualmente, avalia-se que os principais estão relacionados a:

  • Fatores de riscos comerciais: Mais especificamente em dois aspectos: concentração da carteira de clientes, atualmente muito elevada e a ausência de políticas de governança que balizem as tratativas comerciais e de operação. Os riscos que a empresa pode sofrer são a queda brusca do faturamento; ocorrência de condutas que possam ser consideradas inadequadas do ponto de vista ético; prejuízo à reputação.
  • Fator de risco fiscal: Apesar de já ter iniciado um trabalho de melhoria da contabilização e apuração de tributos/planejamento tributário, esse aspecto ainda é incipiente, principalmente levando-se em consideração a complexidade envolvida no segmento. Os riscos são os prejuízos financeiros por tributação indevida; sanções por erros contábeis; prejuízo à reputação.
  • Fator de risco financeiro: Ausência de uma gestão do nível de endividamento x fluxo de caixa. Aqui, os riscos são: A empresa pode sofrer com problemas de liquidez; elevação do custo pela necessidade de contratação de crédito para capital de giro; prejuízo à reputação.
  • Fatores de risco ligados a suprimentos/custos/operações: Ausência de políticas comerciais de compras e contratações de serviços, incluindo ações de governança estendidas aos fornecedores e terceirizados. Os riscos que precisam ser considerados, são os desperdícios e elevação de custos; prejuízos financeiros por desvios/fraudes; sanções por responsabilidade solidária em atos de terceiros; ocorrência de condutas que possam ser consideradas inadequadas do ponto de vista ético; prejuízo à reputação.
  • Fatores de risco ligados à tecnologia da informação: Observamos que havia uma ausência de uma política de gestão de dados, mais especificamente relacionada a proteção e preservação dos mesmos. Nesse aspecto, a empresa poderia sofrer, por exemplo, com vazamento de dados próprios e de terceiros; perda de dados; perda de faturamento por operação temporária devido a indisponibilidade de sistemas; ataques cibernéticos que geram perda de recursos financeiros; prejuízo à reputação. 

Após análise, planejamento e criação do plano de ação, nós cogitamos o objetivo de avançar no estágio de maturidade de gestão de riscos recomendando as seguintes ações:

1 – Primeiramente, é importante que a alta liderança e as lideranças de área estejam alinhadas com a importância de uma gestão integrada e continuada dos riscos, de forma a favorecer a governança e a sustentabilidade do negócio. Nesse sentido, sugerimos a adoção de um programa de sensibilização e capacitação de líderes sobre temas relacionados a esse assunto.

2 – Realizar um diagnóstico e construir um Mapa de Riscos e Fatores de Risco da empresa como um todo, adotando alguma metodologia de priorização dos mesmos (ex.: GUT) para identificação do estágio atual e criticidade de cada aspecto.

3 – Criar um Comitê de Gestão de Riscos, com papéis claros de atuação/ autonomia e reuniões periódicas de trabalho.

4 – Definir Planos de Ação prioritários para mitigação de fatores de risco, incluindo pontos como: elaboração de políticas para os temas citados acima como fatores de risco; redistribuição de carteira de clientes; capacitação de pessoal; práticas de due diligence; travas de aprovação para decisões relevantes; contratação de consultoria tributária; (re)definição de processos; definição de limite de investimentos com contratação de crédito de terceiros x destinação de recursos para capital de giro; implantação de projeto para aderência à LGPD; etc.

5 – Estruturar controles e processos que permitam gerar informações e indicadores necessários à gestão dos riscos.

6 – Planejar e realizar auditorias internas de conformidade e que possam retroalimentar os planos de ação.

7 – Criar canais oficiais e transparentes de divulgação de informações e indicadores.

Após o estudo do caso, em que observamos as oportunidades que existiam na corporação, pensamos e planejamos, em conjunto com nossos parceiros, o plano de ação acima para correção dos pontos que necessitam de ajustes, além de impulsionar os resultados da empresa através de uma reestruturação corporativa com o objetivo de tornar o negócio mais estável, seguro e produtivo.

Leia também:
Gerenciamento de crises no seu negócio
Valuation: Como definir o valor do seu negócio?
Gerenciamento Estratégico: saiba porque você não pode fugir dele

Acesse Soluções aqui no nosso site e confira um pouco mais sobre os nossos serviços. E se deseja iniciar uma Consultoria em Gerenciamento Estratégico entre em contato através de um dos nossos canais:

📱(31) 3324-0964 – WhatsApp
✉️ contato@bmconsult.com.br
📍 Av. Getúlio Vargas, 671, 9º andar – Savassi – Belo Horizonte.

Leia também