Confira, neste blog, conduzindo com menos riscos pela estrada da sustentabilidade!
Atendemos um cliente que atua no segmento de transporte de cargas a granel, mais especificamente na cadeia da mineração/siderurgia. A cultura da empresa (em parte herdada do perfil/histórico profissional dos sócios e em parte advinda da cultura do mercado), tem como características um ambiente mais informal (com fortes traços familiares sobre a gestão), ritmo intenso (com foco no comercial e produção), e apetite ao risco mais elevado.
O negócio vem crescendo de forma bastante acelerada, obtendo bons resultados, tanto de abertura de mercado quanto do ponto de vista financeiro. Contudo, percebe-se que, com a ampliação do volume de contratos e com o atendimento a clientes cada vez maiores e mais exigentes, a operação da empresa como um todo tem se tornado mais complexa e os riscos potenciais cada vez maiores, o que pode ameaçar a sustentabilidade do negócio em médio e longo prazos.
Analisando as práticas de gestão atualmente adotadas pela empresa, pode-se verificar que, do ponto de vista da maturidade de gestão de riscos, dentre os 5 estágios (Inicial/ Fragmentado/ Gerenciado/ Integrado/ Estratégico) ela encontra-se no estágio Fragmentado. Há uma cobertura parcial de temas relevantes para a companhia, concentrada em setores específicos, com rotinas e monitoramentos realizados por algumas poucas pessoas. A gestão de riscos existe nos setores de operação (transporte) e manutenção, e no setor de Departamento Pessoal, todos esses com foco na temática da segurança. Para estes (muito por estímulo/exigência dos clientes), há regras, procedimentos, auditorias internas e externas constantes e indicadores que demonstram níveis de aderência/conformidade.
Contudo, analisando as demais áreas, percebe-se diversas fragilidades (exposições a riscos) nos setores de TI, Financeiro, Fiscal/Tributário, Comercial, RH, Suprimentos e Almoxarifado. As poucas ações identificadas são eventuais e, muitas vezes, reativas. É comum observar os próprios sócios descontinuando (ou não priorizando) ações que poderiam contribuir para a gestão de riscos dessas áreas.
Dentre os riscos não geridos (ou geridos de forma muito elementar) atualmente, avalia-se que os principais estão relacionados a:
Após análise, planejamento e criação do plano de ação, nós cogitamos o objetivo de avançar no estágio de maturidade de gestão de riscos recomendando as seguintes ações:
1 – Primeiramente, é importante que a alta liderança e as lideranças de área estejam alinhadas com a importância de uma gestão integrada e continuada dos riscos, de forma a favorecer a governança e a sustentabilidade do negócio. Nesse sentido, sugerimos a adoção de um programa de sensibilização e capacitação de líderes sobre temas relacionados a esse assunto.
2 – Realizar um diagnóstico e construir um Mapa de Riscos e Fatores de Risco da empresa como um todo, adotando alguma metodologia de priorização dos mesmos (ex.: GUT) para identificação do estágio atual e criticidade de cada aspecto.
3 – Criar um Comitê de Gestão de Riscos, com papéis claros de atuação/ autonomia e reuniões periódicas de trabalho.
4 – Definir Planos de Ação prioritários para mitigação de fatores de risco, incluindo pontos como: elaboração de políticas para os temas citados acima como fatores de risco; redistribuição de carteira de clientes; capacitação de pessoal; práticas de due diligence; travas de aprovação para decisões relevantes; contratação de consultoria tributária; (re)definição de processos; definição de limite de investimentos com contratação de crédito de terceiros x destinação de recursos para capital de giro; implantação de projeto para aderência à LGPD; etc.
5 – Estruturar controles e processos que permitam gerar informações e indicadores necessários à gestão dos riscos.
6 – Planejar e realizar auditorias internas de conformidade e que possam retroalimentar os planos de ação.
7 – Criar canais oficiais e transparentes de divulgação de informações e indicadores.
Após o estudo do caso, em que observamos as oportunidades que existiam na corporação, pensamos e planejamos, em conjunto com nossos parceiros, o plano de ação acima para correção dos pontos que necessitam de ajustes, além de impulsionar os resultados da empresa através de uma reestruturação corporativa com o objetivo de tornar o negócio mais estável, seguro e produtivo.
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