Riscos ou oportunidades? Gestão é a resposta!

Confira, neste blog, riscos ou oportunidades? Gestão é a resposta!

A grande maioria das pequenas e médias empresas não dá a devida atenção à gestão de riscos em seus negócios e, por esse motivo, não conseguem crescer e apresentam elevadas taxas de mortalidade. 

Essa situação não é diferente da empresa que buscou a BM para auxiliá-la nesse quesito. Se trata de uma empresa familiar de médio porte do segmento de industrialização de móveis, que apresentou um crescimento relevante em sua demanda nos últimos anos, mas, o que poderia ser apenas um motivo de comemoração, trouxe mais incertezas sobre o futuro do negócio. 

A empresa é relativamente nova, com 3 anos de operação, e sua criação foi motivada pelo espírito empreendedor de seus fundadores que enxergaram uma oportunidade de mercado e todo o foco da empresa até o momento se deu na área comercial e na construção de uma imagem de alta qualidade de seus produtos. 

No entanto, observa-se que todas as ações nessa e também das demais áreas do negócio são fruto de ações individuais das pessoas, não existindo estratégias definidas, controles eficazes e processos mapeados. Pode-se dizer, portanto, que a empresa se encontra no estágio “Inicial” da curva de maturidade em gestão de riscos. 

Tal situação traz consigo uma série de riscos que a empresa ignora ou é incapaz de se preparar para enfrentar, resultando em problemas diários que fazem com que os gestores tenham que “apagar incêndios” ou questões que podem inviabilizar a empresa em médio e longo prazos. 

Para mudar esse contexto, o primeiro passo foi o desenvolvimento de um MAPA DE RISCOS, em anexo, com os principais temas de problemas e preocupações da empresa em curto, médio e longo prazo.  

A partir desse MAPA DE RISCOS, o objetivo era de levar a empresa pelo menos ao nível “Gerenciado” de maturidade da curva de gestão de riscos, com um Planejamento Estratégico definido, no qual o universo de riscos está mapeado e existem planos de ação alinhados aos riscos de alta prioridade. Podemos exemplificar os seguintes riscos/oportunidades de melhoria priorizados e as ações sugeridas para desenvolvimento da gestão e minimização de seus impactos nos resultados do negócio:

➔ Elaboração de um Planejamento Estratégico com o objetivo de nortear pessoas e áreas em relação aos objetivos e indicadores de desempenho a serem alcançados. Também constitui a base para as ações de curto prazo, de forma a orquestrar a gestão de riscos (2ª Linha de defesa) por meio de políticas, metodologias e ferramentas estruturadas;

➔ Os projetos não obedeciam a um padrão de planejamento, orçamento e precificação de acordo com o posicionamento do negócio, gerando pequenas margens ou mesmo distorções da percepção de mercado. Deve ser criado um padrão de planejamento orçamentário e precificação dos projetos de forma a manter a competitividade dos produtos, sem impactar a imagem e reputação do negócio;

➔ Apesar das vendas crescentes, a empresa não monitora a satisfação e o nível de indicação/ propagação da marca a partir dos produtos vendidos e projetos desenvolvidos. A ação recomendada é a criação de um acompanhamento pós-venda por meio de métricas bem definidas (NPS), bem como o monitoramento constante das reclamações, opiniões e engajamento das pessoas à marca no universo digital e mídias sociais;

➔ Visando concentrar a atenção dos sócios em questões estratégicas, contratação e desenvolvimento de lideranças nas principais áreas no sentido de delegar funções, ampliando a autonomia gerencial onde o gestor responde por erros e fraudes operacionais (1ª linha de defesa), aliado a mapeamento de processos e medidas de controle interno;

➔ Mapeamento/desenho do processo de compras e definição de alçadas de decisão, definindo claramente responsabilidades e criando controles de erros e fraudes comuns em valores de maior relevância;

➔ O crescimento das operações sem processos bem definidos, além de ineficiência operacional e financeira, traz riscos de segurança operacional e de qualidade dos produtos. Se faz necessário o mapeamento e padronização de procedimentos operacionais identificando normas e regras claras dos procedimentos operacionais. A padronização também visa aumentar a eficiência operacional, adequando o regime de horas de trabalho à legislação e dimensionando corretamente o volume atual de horas extras;

➔ As vendas crescentes ampliaram a necessidade de capital de giro do negócio, que não estava preparado para essa exigência de capital. Nesse sentido, a empresa deve fazer seu planejamento de Fluxo de Caixa, ampliando seu relacionamento com instituições financeiras para captação de recursos necessários para ampliação das operações;

➔ Criação de uma rotina, para os gestores, de monitoramento e revisão das estratégias, ações, indicadores, ferramentas e procedimentos, constituindo uma 3ª linha de controle, prevenção e gestão de riscos. Essa ação de controle visa também estimular uma cultura e comportamentos voltados para a melhoria do desempenho empresarial.

Os elementos apresentados mostram que os riscos em uma empresa devem ser geridos de forma sistêmica e sistemática uma vez que são conectados e relacionados, onde todas as áreas do negócio funcionam como exportadores e importadores desses riscos.

Cabe salientar que os riscos também são grandes oportunidades de criação e preservação de valor à empresa e sua cadeia de negócios. Portanto, é essencial que os executivos e gestores de qualquer empresa, independentemente de seu tamanho, atentem para a evolução de uma empresa em relação à gestão dos riscos visando sua sobrevivência, competitividade e longevidade.

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